Própria ou alugada?
A decisão por ter uma casa própria não deve ser automática. É preciso analisar tudo muito bem.
Da redação em 27/08/2012
Quem casa quer casa, diz o velho ditado.
E, a julgar pelo comportamento geral, quem não casa também quer. Casa
própria é um sonho acalentado por muita gente. Mas, acredite, não é
unanimidade entre os especialistas de finanças que ter a própria casa é o
melhor caminho. Quando se sabe que a moradia consome cerca de 30% dos
gastos familiares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), vale a pena perder um pouco de tempo para analisar o
assunto, certo?
A questão inicial é o tempo. Normalmente,
um casal compra a própria casa ainda antes do casamento ou logo após.
Isto é, quando ainda não tem muito dinheiro, já que normalmente ambos
estão iniciando a vida profissional. Aí, ou vão para altas prestações e
entradas ou recorrem a um financiamento que leva de 20 a 30 anos para
ser quitado. Essa é, portanto, a hora de reflexão.
Deixando claro que não é contra a casa
própria, o analista Gustavo Cerbasi enumera, em seu livro “Os segredos
dos casais inteligentes”, no entanto, alguns pontos que devem ser postos
na mesa na hora da escolha: a capacidade de poupar para a
aposentadoria; a capacidade de garantir verbas para cultivar a quebra da
rotina e novas experiências; a capacidade de poupar para realizar
sonhos; a capacidade de aproveitar oportunidades de risco para que
cresçam tanto na carreira quanto em patrimônio.
“Se a pessoa tem capacidade financeira
para gastar com qualidade, poupar para o futuro, formar reservas
financeiras e, ainda assim, pagar o financiamento ou outra forma de
aquisição da moradia, deve seguir em frente”, diz ele. Mas faz um
alerta: “Se para garantir a moradia própria a pessoa tem de abrir mão de
fatores importantes para a tranquilidade financeira, recomendo adiar a
compra da casa própria.”
Gustavo Cerbasi acredita que o aluguel
não deve ser uma alternativa para a vida toda. “Apenas vejo a
flexibilidade desse modelo como um fator fundamental para que as pessoas
acelerem o processo de formação de patrimônio”, diz ele, lembrando que
no começo de nossa vida produtiva estamos sujeitas a muitas alterações:
chegada de filhos – nem sempre sabemos com certeza quantos virão –,
troca de emprego, viagens de trabalho ou para a realização de cursos,
por exemplo.
Viu só? Para tudo é preciso juntar o
máximo de informação para ter condições de uma decisão mais racional e
adequada a sua vida e de sua família. Seu bolso e sua tranquilidade
agradecem.
Fonte: BM&F BOVESPA