Entres os bancos da Alemanha e França, as duas maiores economias da região, apenas duas instituições financeiras pequenas foram reprovadas nos testes
O italiano Mario Draghi, presidente do BCE
(Georges Gobet / AFP/VEJA)
Vinte e cinco bancos da zona do euro de um total de 130 não
passaram nos testes de resistência do Banco Central Europeu (BCE) e
necessitam de 25 bilhões de euros (75 bilhões de reais) de capital, de
acordo com um relatório divulgado neste domingo pela entidade. Entre os
bancos afetados, a instituição monetária com sede em Frankfurt cita nove
italianos, três cipriotas e três gregos, assim como o alemão Münchener
Hypothekenbank e o francês Caisse de Refinancement de l'Habitat.
Estas entidades têm agora duas semanas para apresentar às autoridades
europeias bancárias as medidas para suprir suas necessidades, e entre
seis e nove meses para implementar esses planos de ação. Doze dos 25
bancos que falharam nos testes já retificaram suas necessidades de
capital, com 15 bilhões de euros (45 bilhões de reais) em 2014, segundo o
BCE. Além disso, uma série de bancos submetidos a esses testes deverá
reavaliar seus ativos em 48 bilhões de euros (144 bilhões de reais), dos
quais, 37 bilhões de euros (111 bilhões de reais) não precisam ser
captados por meio de capital adicional, indicou em um comunicado o BCE.
O BCE também identificou cerca de 136 bilhões de euros de ativos de
risco, o que eleva estes ativos detidos pelos bancos na zona do euro a
879 bilhões de euros. Estes testes reforçam a "confiança do público no
setor bancário", comentou Vitor Constancio, vice-presidente do BCE. "A
identificação dos problemas e riscos ajudará a reparar os balanços e
fazer com que os bancos se tornem mais resistentes e robustos.
Facilitará a distribuição do crédito na Europa, que irá apoiar o
crescimento econômico", acrescentou.
Esta operação, chamada "Comprehensive Assessment", mobilizou mais de
6.000 pessoas. Ela procura determinar com precisão a posição financeira
dos bancos antes de o BCE assumir em 4 de novembro o papel de supervisor
bancário (SSM), no âmbito da união bancária em curso de formação. A
análise foi realizada em duas fases. Desde novembro de 2013, o BCE
realizou a sua "revisão de qualidade de ativos", um raio-X dos ativos e
créditos de 130 bancos da zona do euro (mais a Lituânia). Ao mesmo
tempo, a Autoridade Bancária Europeia (EBA), com sede em Londres,
realizou novos "testes de estresse", um exercício de simulação para
testar a solidez dos bancos, submetendo-os a cenários de risco. O mais
sombrio prevê um retorno à recessão, em um contexto de crise nos
mercados financeiros e a queda dos preços da habitação.
Grandes bancos – Os grandes bancos da Alemanha e da
França foram aprovados nos testes de estresse conduzidos pelas
autoridades europeias. Apenas um dos vinte e cinco maiores bancos da
Alemanha não estava suficientemente capitalizados para resistir a uma
crise potencial, de acordo com a avaliação conduzida pelo BCE. No
cenário mais adverso simulado pelas autoridades europeias, a proporção
de capital do Deutsche Bank recuaria para cerca de 8,78%, enquanto a do
Commerzbank registraria 6,9%. Ambas as taxas estão acima do limite
mínimo de 5,5%, exigido pelas autoridades. Contudo, ficaram abaixo dos
9,1% que os credores da Alemanha registraram em média.
Fonte Veja
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